Conexão
em alta velocidade é a promessa tentadora da banda larga. Mas é bom entender
cada meios de acesso para fazer a opção correta.
Por Fabiana Monte
O acesso à Internet para a maioria dos usuários é como uma ruazinha de
mão única: apertada, engarrafada e cheia de buracos. A banda larga vem
chegando repleta de novidades, com a promessa de ser uma estrada com asfalto
novo, pistas de sobra em mão dupla e sem limite de velocidade. O cenário
só não é perfeito porque o pedágio ainda é caro demais.
Em engenharia de telecomunicações, banda larga é uma expressão que identifica
a faixa de freqüências dos sinais de comunicação que um sistema permite
transmitir. Quanto maior for a freqüência do sinal portador, maior será
a velocidade de transmissão.
- Quando se fala em banda larga, fala-se em informações que não poderiam
ser transmitidas satisfatoriamente pela banda estreita, como imagens,
som e vídeo - explica o professor do Centro de Estudos de Telecomunicações
da PUC do Rio de Janeiro, Gláucio Lima Siqueira.
Embora as promessas sejam muitas, a banda larga vem caminhando a passos
curtos no Brasil. Há cerca de cinco anos, a Unicamp já fazia experiências
na área. O assunto ficou emperrado anos a fio por conta do monopólio das
telecomunicações e, com a privatização, veio à tona. No entanto, somente
a partir do fim de 1999, ganhou realmente força no mercado. Mas a banda
larga ainda está restrita aos grandes centros, uma das razões que explicam
o preço nada animador.
- Enquanto poucas pessoas estiverem usando e houver pouco tráfego, o acesso
rápido será caro. Mas, à medida que o volume de tráfego aumentar, a tendência
é que os preços diminuam e que mais pessoas queiram o acesso – prevê Siqueira.
Entre os meios de acesso, o que tem demonstrado mais força é o cable modem,
que utiliza a rede das operadoras de TV a cabo. Nesse caso, o acesso pode
ser unidirecional ou bidirecional.
No primeiro tipo, também conhecido como MMDS, o upload é feito através
do modem convencional, via linha telefônica discada - com a cobrança de
pulsos telefônicos. O download é que é realizado através da rede de cabos
da operadora. Ou seja: conexões unidirecionais são muito úteis para quem
costuma baixar arquivos pesados. Já o acesso bidirecional é rápido tanto
para enviar quanto para receber dados, porque todo o processo de comunicação
é feito via cable modem.
- Com o cabo, você tem total controle sobre o meio de propagação. A informação
vai exatamente para onde você quer. Você pode transmitir em bandas muito
largas via cabo. A única desvantagem é que, como o computador tem que
estar ligado ao cabo, o usuário perde em mobilidade. – analisa Siqueira.
Ocable
modem pode chegar a velocidades bem maiores do que as atingidas pelos
canais convencionais.
- Hoje, existe limitação por causa do tipo de modem que as operadoras
estão usando e também pelo canal de retorno, que nem sempre está confiável
na malha de TV a Cabo. Por isso, é necessário estabelecer velocidades
menores – explica.